Folha de Maputo
2014-10-24 13:32:05 (UTC+02:00) Harare, Pretoria

NYUSI DEVE DISTRIBUIR A RIQUEZA NACIONAL DE FORMA EQUITATIVA

Por: Eurico Nelson Mavie


Segundo Lima (2012), quem está no poder tem informações privilegiadas e sabe de coisas que o cidadão comum ignora. Às vezes, tem a impressão de que só aquele círculo sabe realmente o que está acontecendo. Não é raro que a impressão seja verdadeira. Por outro lado, esse poder, capaz de propiciar conhecimento negado a todos os demais, é também motivo de ilusão. O mundo observado de dentro do Palácio oferece perspectiva distorcida. A reclusão do gabinete e a inexorável solidão de quem governa podem facilmente romper a conexão com o que se passa do lado de fora. Perde-se a noção da realidade, sobretudo no triunfo. O nosso apelo é que Nyusi não perca as nervuras do seu projecto de governação e olhe para o povo, porque este povo é que o elegeu e porque a riqueza cega os homens, rogamos que Nyusi faça esforço de distribuir a riqueza nacional de forma equitativa. Mas o que dizem os grandes teóricos sobre o conceito riqueza?

Ricardo (1817), entende a riqueza como a situação referente a abundância na posse de dinheiro e propriedades móveis e imóveis. A riqueza também pode ser medida pelo acesso aos serviços básicos como saúde, educação etc. Adam Smith (1817),viu a criação da riqueza como a combinação de materiais, trabalho, terra e tecnologia de forma a obter lucro. Por outro lado, Karl Marx considera a terra e o trabalho com a fonte de toda a riqueza material. Ora, quando falamos da riqueza moçambicana, lançamos um olhar para os importantes recursos de que dispomos, a destacar a energia hidroeléctrica (Cahora Bassa), o gás, o carvão, os recursos minerais (que alguns consideram benção outros maldição), a madeira, as extensas terras agrícolas, o enorme potencial pesqueiro e tantos outros que Deus ainda nos fará descobrir. Julgo que mesmo que o nosso país fosse mundialmente o maior exportador do Camarão, algodão, caju, açúcar, chá, copra ou até mesmo dessa grande benção que são os recursos minerais, dificilmente o Governo destribuiria dinheiro no bolso dos cerca de 22 milhões de pessoas que perfazem a população deste belo Moçambique. O que nós os moçambicanos temos de reivindicar de pés juntos ao Presidente eleito é a criação de condições que melhorem as nossas vidas. O aumento da disponibilidade dos bens e serviços básicos tais como os produtos alimentares, habitação, serviços de saúde, o aumento do nível de vida da sociedade promovendo elevados rendimentos; melhor educação, mais emprego e prestação de maior atenção aos valores culturais e humanísticos, que inclui a atenção a tudo aquilo que serve não só para aumentar a satisfação material, mas sobretudo aquilo que gera a auto-estima individual e nacional. A melhoria da rede de estradas que possa permitir o escoamento da produção para os mercados de consumo, o fortalecimento da rede de transporte que possa permitir a maior circulação de pessoas e bens, a construção de mais unidades sanitárias nas zonas recônditas, o acessos água potável, entre outras necessidades prioritárias. Julgo que é na criação dessas condições que se deve reflectir a distribuição da Riqueza Nacional. Nyusi tem o grande desafio de adoptar estratégias de investimento integrado que permitam distribuir a riqueza nacional por todos.

A distribuição da riqueza Nacional tem que ser vista numa perspectiva de desenvolvimento, que corresponde a equidade económica e social que é tentativa de pôr as pessoas iguais. Esta distribuição da riqueza Nacional deve se traduzir no aumento do nível de vida dos moçambicanos e na realização pessoal. Os grandes teóricos económicos defendem que o desenvolvimento só existe quando uma economia é capaz de garantir e sustentar o crescimento do PIB de 5 a 7 % por um longo período. Aqui temos que ser humildes o suficiente para assumir que o país tem feito grandes esforços no que respeita ao crescimento económico.

Ora, o crescimento económico é uma condição necessária, mas não suficiente para erradicar a pobreza e reduzir o nível das desigualdades, isto porque falar de crescimento económico não e falar de desenvolvimento. Para reduzir as desigualdades sociais é necessário mexer com outras variáveis, por exemplo, melhorar a qualidade de vida das pessoas, melhorar a educação, elevar o padrão de saúde, baixar o nível de pobreza através do acesso ao emprego, criando assim a garantia de igualdade e oportunidade. Esta situação irá conduzir a uma situação multidimensional do desenvolvimento que irá contribuir através de mudanças estruturais e sociais, na aceleração do crescimento económico e consequente erradicação da pobreza e redução das desigualdades. Depois de percorrer o país inteiro namorando o eleitorado para que votasse em si, finalmente Nyusi mereceu a confiança dos moçambicanos para que conduzisse os seus destinos, mas o apelo que se apraz deixar ficar, é que Nyusi tal como Guebuza, continuei olhando para as camardas mais desfavorecidas, prestando maior atenção para o aumento da qualidade de vida deste segmento social. Nyusi deve fazer valer as nervuras do seu projecto de governação.
NYUSI DEVE DISTRIBUIR A RIQUEZA NACIONAL DE FORMA EQUITATIVA
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