Folha de Maputo
2014-11-03 14:47:20 (UTC+02:00) Harare, Pretoria

NYUSI DEVE OLHAR PARA O POVO

Por: Eurico Nelson Mavie

“Levo comigo as preocupações do povo, aquelas que em todos os comícios andei a interpretar. Preocupações como, por exemplo, o problema de emprego, o problema de criação de oportunidades para os moçambicanos, problema de redistribuição da riqueza, funcionamento das instituições, água, energia, educação, saúde”.

FILIPE JACINTO NYUSI


Não constitui novidade para ninguem que em regimes democráticos o poder reside no povo, o povo em primeira instância é que tem a responsabilidade de tomar importantes decisões políticas direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos. Recordando a celebre frase, democracia é o "governo do povo, pelo povo e para o povo".

Ora, o povo incumbiu a Nyusi a nobre tarefa de conduzir os seus destinos, e agora Nyusi tem a responsabilidade de estender a sua visão por forma a captar outras variáveis tendentes a criação de condições básicas para este mesmo povo que o elegeu, com por exemplo a definição de um Progresso Social constante, que se consubstancia na capacidade de uma nação satisfazer as necessidades básicas de seu povo, de estabelecer a infraestrutura e ferramentas que permitam melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos e comunidades, e de criar um ambiente propício para que todos tenham a oportunidade de atingir seu pleno potencial.

Nos últimos 10 anos o país verificou um desenvolvimento económico assinalável, onde um número considerável de pessoas melhorou de vida e tantas outras experimentaram outras realidades. No entanto, como defende Loria (2012), está cada vez mais claro que um modelo de desenvolvimento baseado apenas no desenvolvimento económico é incompleto.

Uma sociedade que deixa de atender às necessidades humanas básicas, não fornece os meios para a população melhorar a qualidade de vida, desgasta e limita as oportunidades de seus cidadãos. Portanto, crescimento económico sem progresso social resulta em falta de inclusão, descontentamento e agitação social. Cientes da distância em experimentar uma democracia pura, Nyusi deve fazer valer a democracia regente que, opõe-se à ditadura e ao totalitarismo, onde o poder reside numa elite auto-eleita e, quebrar as barreiras que tem separado o desenvolvimento económico do progresso social, de modo a desenhar estratégias de desenvolvimento mais holísticas e eficazes centradas no povo.

Na sua primeira intervenção, depois do anúncio oficial dos resultados das 5º eleições presidenciais, Nyusi voltou a frisar que pretende ser um presidente de todos moçambicanos, independentimente dos seus apetites políticos, portanto, urge a necessidade de unir os moçambicanos e conduzi-los a uma única direcção, dado que em processos desta índole, cada cidadão nutri simpatia com um certo candidato e a não eleição deste, propicia intervalos de frustração e descontentamento. É aqui onde se deve fornecer uma base sólida de ações que promovam a felicidade de todo um povo, agregando indicadores sociais tais como, as Necessidades Humanas Básicas, os Fundamentos de Bem-Estar e igualdade de oportunidades para todos.

Moçambique não é um país de Makondes, macuas, machanganas, entre outros grupos étnicos, é um país de todos moçambicanos, por isso, apelamos que na governação de Nyusi, haja o cuidado de não invocar-se factores de natureza étnica, uma vez que a identidade pode surgir como um factor potencialmente desestabilizador. De tentas prioridades
NYUSI DEVE OLHAR PARA O POVO
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